terça-feira, 20 de outubro de 2015

THE AGE OF ADALINE (A INCRÍVEL HISTÓRIA DE ADALINE)

Não sei vocês, mas antes de assistir qualquer filme, eu leio sinopses e comentários. Se apesar do meu conhecimento prévio da história eu acho que vou conseguir me surpreender, assisto ao filme. Foi o que aconteceu com A Incrível História de Adaline, além de um fator muito importante, a personagem para no tempo exatamente na idade em que eu sonhei parar, um dia, reflexionando sobre isso, caso eu tivesse escolha. O filme mistura romance, muito romance, drama, ficção e, o que ao meu ver é o mais importante, a força do destino, que promove reencontros e novos encontros com pessoas que criam um laço afetivo ao longo do tempo.
A discussão sobre a passagem do tempo, sobre as diversas possibilidades de se parar ou se avançar no mesmo, a real existência ou o conhecimento de que o tempo é apenas ilusão, são reflexões pós filme, um ingrediente a mais para o fascínio que o longa exerce no espectador após o início da história. Com direção de  Lee Toland Krieger o filme conta a história de Adaline Bowman (Blake Lively) uma mulher que viverá sempre a frente de seu tempo. A princípio uma pessoa normal, vivendo na década de 20, casada, com uma filha e encarnando o protótipo de uma mulher feliz, ela sofre um acidente, quando um raio atinge seu carro e ela fica então por muitas décadas, com a idade de 29 anos. O que é uma benção também é ao mesmo tempo, uma maldição. Adaline viverá em solidão, destinada a ver todas as pessoas de seu convívio irem morrendo ao mesmo tempo em que precisa se separar da filha, porque todos começam a desconfiar de algo, já que a filha envelhece e ela não. De dez em dez anos ela também precisa mudar de identidade e do lugar onde vive, para que não surjam problemas ou dúvidas. Assim ela vai passando pela vida, ciente de seu drama em cada dia, em cada minuto, mas conformada com o destino e gozando um pouco dos prazeres que a total liberdade lhe oferece. Adaline sabe que não deve criar laços amorosos com ninguém, para que seu segredo não seja revelado e para que ela não sofra quando o tempo inexorável envelhecer e levar embora as pessoas com as quais se envolver. 
O figurino é lindo, estilo vintage e a personagem principal o usa sempre, mesmo depois de décadas. A fotografia é impecável, muito bonita.
Um ponto muito delicado do filme e que teve um resultado final compensador foi a relação de Adaline e sua filha, evidenciando que o respeito e o amor podem permanecer para sempre quando existem laços profundos. Em uma certa época sua filha parece sua avó, no entanto existe a mesma admiração entre as duas e a relação delas jamais é comprometida. Harrison Ford participa e continua com seu inegável charme.
Pontos falhos no filme a meu ver: a  falta de explicação plausível das causas do fenômeno que atinge Adaline a nível científico e a cena em que ela é sequestrada por agentes do FBI para que sejam feitas experiências com ela, mas consegue fugir tranquilamente, fato impensável e não crível quando estamos lidando com pessoas treinadas e competentes nesse tipo de ação.
No decorrer do filme, Adaline finalmente resolve dar uma chance ao amor e se envolve com o jovem filantropo, Ellis Jones (Michiel Huisman) porque ele consegue mexer profundamente com seus sentimentos. Quando vai conhecer os pais dele ela tem uma surpresa e o destino prega mais uma peça, porque Adaline teve um sério romance com o pai de Ellis que a reconhece, e ela, depois de tentar mentir e negar,  concorda em revelar seu já evidente segredo para ele e também a razao pela qual o abandonou. Ele compreende seu drama e livre do peso de muito sofrimento do passado, pede então que ela seja feliz com seu filho. Ela sofre outro grave acidente e novamente um instante no tempo será responsável por uma reviravolta em sua vida, a mesma vida para a qual ela milagrosamente(?) volta, só que desta vez, já vulnerável e capaz de envelhecer normalmente, com o passar do tempo.
O filme é simples e leva a um esperado e tranquilo final, mas misturando  fantasia com realidade, tem a fórmula ideal para quem se deixa embarcar nessa viagem e um filme além da arte é isso, uma parcial projeção da nossa incrível imaginação.


Por: Dalia Hewia

Ficha Técnica:


Produtor: Sidney Kimmel, Jim Tauber
Diretor: Lee Toland Krieger
Roteiro: J. Mills Goodloe
Narrador: Hugo Ross
Gênero: Drama, Romance
Duração: 112 minutos
Ano de produção: 2015
Elenco: Blake Lively, Amanda Crew, Harrison Ford, Anjali Jay, Anthony Ingruber, Ellen Burstyn, Fulvio Cecere, Hiro Kanagawa, Lynda Boyd,Kathy Baker, Michiel Huisman, Richard Harmon, Peter J. Gray.

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