terça-feira, 28 de julho de 2015

MEDIANERAS

Película Medianeras, pontos importantes na minha visão:


Paralelos - arquitetura e pessoas, o que acontece no exterior também acontece no interior e vice-versa, o interior reflete angústias, confusões, caos ou beleza para o exterior.
A escuridão (da casa e do interior dos personagens), a necessidade de uma transgressão, a abertura de uma janela proibida que sinaliza a abertura para novos horizontes, para a descontração e a irreverência. Uma mensagem importante é que quando se tem coragem de transgredir, o novo passa a existir, como uma recompensa.
De novo, a escuridão em contraste com a luz de velas, a necessidade da busca de iluminação, a chama do amor rondando os dois personagens, que se tocam, se chocam e se enxergam, apesar e justamente por causa do escuro.
Pessoas que a vida aproxima, que se atraem por energias semelhantes e que ganham várias oportunidades de um contato real e mais profundo, mas não se enxergam até que a urgência do momento se revele.
Paradoxos: um silêncio que grita, uma angústia que vicia a ponto de ser buscada e vivida inúmeras vezes por uma mulher que tece seu sonho a partir de um livro infantil, e a incrível serenidade de um homem que sofre de síndrome do pânico e outros distúrbios emocionais.
Somos a todo momento assediados pelos sinais da vida, somos o alvo a ser atingido ou não, por flechas velozes, capazes de curar ou ferir um coração. Se não estamos alertas, a flecha cai e o amor fica pelo chão, ignorado e pisado por outras pessoas ainda mais cegas e perdidas em solidão.

Por: Dalia Hewia



Sinopse (adorocinema.com)


Martin (Javier Drolas) está sozinho, passa por um momento de depressão e não se conforma com a maneira com a cidade de Buenos Aires cresceu e foi construída. Web designer, meio neurótico, pouco sai e fica grande parte do tempo no computador. É através da internet que conhece Mariana (Pilar López de Ayala), sua vizinha também solitária e desiludida com a vida moderna numa grande cidade.




sábado, 25 de julho de 2015

MEMÓRIAS DE UMA GUEIXA



A percepção mais forte que tive assistindo ao filme foi uma descoberta, um pensamento profundo que nunca antes tinha despertado minha atenção. “Quando alguém sente uma profunda gratidão por outra pessoa, no mesmo instante esse sentimento passa a se chamar amor.”
O filme fala de amor o tempo inteiro, amor e dor, amor e pobreza, sonhos, paixão, amor e inveja, desilusão, desesperança, amor e morte, amor e saudade e finalmente amor e felicidade. Quanto ao amor à arte, esse quem tem, deve assistir. Para quem leu o livro como eu, o filme foi uma grata surpresa. Roteiro impecável e sem espaços incompreensíveis, um drama sendo visto e narrado simultâneamente sem cansar o espectador, o clima misterioso e um tanto sombrio do universo das gueixas no Japão, reforçado pela fotografía mais escura em grande parte da película, tudo isso concorre para um mergulho total na história de Sayuri, a menina orfã que virou aprendiz de gueixa e depois a gueixa mais cobiçada da época.
Outra coisa que achei importante – o filme tem muitas cenas que evidenciam o jogo do poder, as escolhas entre a ética e sobrevivência, entre a lealdade e demais valores dignos e a ambição, entre o reconhecimento da perda e consequente entrega ao fracasso e a luta para se concretizar um sonho, o bem e o mal lado a lado, se esbarrando em cada cena, em cada dilema de cada personagem. Memórias de Uma Gueixa começa com a miséria, se desenvolve com um sonho de amor e termina com a felicidade que aparece para quem luta por ela, um bônus, a recompensa da vida para quem tem ânsia, inteligência, intensidade e doçura, e ao mesmo tempo respeito por seu lugar nesta existência.


Resumo


Chiyo (Suzuka Ohgo) vive com seus pais e sua irmã numa situação de extrema miséria, sua mãe padece de uma grave doença que a deixa sempre acamada e seu pai não consegue mais prover o sustento deles. Chiyo é vendida para uma casa de gueixas, a irmã é separada dela e vai para um prostíbulo. Chiyo luta para encontrar sua irmã ao mesmo tempo em que vai aprendendo a obedecer as regras da casa em que vive, o que nem sempre consegue. É constantemente maltratada e tem uma inimiga que já vê nela uma concorrente perigosa para sua beleza e suas habilidades de gueixa, essa inimiga declarada é Hatsumomo (Gong Li). Chiyo marca um encontro para fugir com a irmã mas não consegue, a irmã ao contrário, consegue seu intento e some no mundo. Após levar um tombo sério quando tentava escalar os telhados para fugir, a dona da casa de gueixas entrega a Chiyo um pacote com uma carta, através da qual ela fica sabendo que seus pais estão mortos. Orfã e sem irmã perto, ela ainda sofre o castigo por ter desobedecido as regras, nao poderá mais ser gueixa e sim uma criada, apenas uma simples criada a vida toda. 

O temo passa e um dia Chiyo vê na rua algumas gueixas que parecem felizes, lindas, alegres, e deseja ser uma delas. Um homem se aproxima e pergunta porque ela está triste, ela nada diz e ele indaga se ela caiu e acrescenta: - da próxima vez que escorregar, não caia. Oferece a ela um doce gelado (neve com calda de cereja, o precursor do sorvete) e dá a ela dinheiro que daria para sua alimentação por um mês, as moedas estão dentro de um lenço com as iniciais dele. Naquele momento, olhando para ele em profunda gratidão, Chiyo, ainda uma criança, passa a amá-lo intensamente. Ela sorri agradecida e em vez de gastar o dinheiro com comida oferece aos deuses no templo, pedindo que se transforme numa gueixa e que depois volte a encontrar aquele homem. Poucos dias depois, Mameha (Michelle Yeoh), a principal rival de Hatsumomo, acolhe Chiyo e ensina a ela a arte de ser uma gueixa. Uma gueixa deve saber entreter, tocar instrumento, cantar, dançar, atuar, jogar, servir o chá com perfeição e outra tarefas para entreter homens cansados de suas vidas, seus trabalhos e suas esposas, em suma, uma gueixa tradicional além de beleza, formosura e aptidões, deve ter virtude também. Chiyo se transforma na gueixa Sayuri (Zhang Ziyi) e encontra outras vezes com o homem que ela ama e a quem chamam durante todo o filme de Presidente (porque é presidente de uma importante empresa), interpretado por Ken Watanabe, mas o amigo dele se interessa por ela e como o sr. Presidente tem uma dívida de gratidão com ele (Nobu - Koji Yakusho), se recolhe e não confessa seu amor por Sayuri, que vive mansamente seus dias e já passou por seu mizuage (cerimônia de venda da perda da virgindade). Sayuri tem uma época feliz até a Segunda Guerra Mundial, quando tropas americanas invadem o Japão. Ela vai então para o campo, para uma casa de pessoas que a acolhem em troca de trabalho e consegue essa proteção graças ao Presidente, que desde o dia do doce gelado, está protegendo Sayuri de longe, mas ela desconhece o fato. Antes da guerra ela e Hatsumomo brigam violentamente porque a rival descobre seu segredo de amor e tenta queimar o lenço do presidente, que Sayuri guardou junto ao seio durante todos esses anos. Hatsumomo coloca fogo no quarto e no corredor da casa onde elas vivem e é então expulsa do local e entregue a própria sorte. 
Sayuri que agora trabalha no campo, lembra do tempo em que era gueixa como um sonho distante. Nobu vai procurá-la e pede que ela vista um quimono e seja gueixa por mais uma vez, porque a fábrica dele e do sr. Presidente foi arrasada, bombardeada, mas um coronel americano quer muito conhecer uma gueixa de verdade e se esse coronel ficar satisfeito, será capaz de assinar uma autorização para que eles possam reerguer os negócios. Sayuri concorda e procura Mameha que lhe empresta o último quimono que guardou. A guerra arrasou a todos, Mameha agora aluga quartos e seu danna (homem que paga um dote para que a gueixa seja só dele) se suicidou quando ficou arruinado e sem a riqueza de antes. 
Sayuri vai ao tal encontro e se surpreende ao ver sua antiga amiga que era irmã menor de Hatsumomo (a quem Hatsumomo devia ensinar tudo para ser uma gueixa também), agarrada ao braço do Presidente, como se fosse íntima. Nobu está doente de ciúmes, ele tem medo que Sayuri se entregue ao americano, se arrepende do pedido que fez a ela, diz que não suportaría ver ela com homem nenhum, então ela bola um plano. Leva o americano para seu quarto e pede a sua ex amiga do passado que leve Nobu até seu quarto as nove horas (da noite) em ponto. A amiga se atrasa, ela enrola o americano, quem entra finalmente no quarto não é Nobu e sim o Presidente, que em choque por ver ela na cama desnuda com o oficial americano, vai embora cheio de desgosto e sofrimento enquanto uma Sayuri completamente perplexa e arrasada pergunta a amiga porque fez isso. A amiga esclarece que guardou rancor durante anos contra ela, porque queria ser adotada pela dona da casa (a quem elas chamavam de mãe), mas a dona da casa preferiu Sayuri. Ela diz que agora Sayuri sabe o que é a dor de perder uma coisa que se quer muito.
Sayuri, conformada com seu triste destino, vai para as montanhas e joga ao vento o lenço que guardou tanto tempo, com as iniciais do Presidente. Algum tempo depois, Mameha diz a ela que se arrume porque pagaram muito bem para encontrá-la numa casa de chá e ela curiosa pergunta quem será e Mameha diz que deve ser Nobu, porque agora está rico de novo. Sayuri se arruma e está linda no seu quimono, se debruça de costas e uma mão toca seu ombro, ela se vira e dá de cara com o Presidente, que então explica que a ama desde aquele dia em que ela era apenas uma garotinha e que ele a protegeu desde então, mas achou que seu amigo poderia ser feliz com ela, por isso sufocou seu amor, mas que agora não consegue mais. Ela aproveita e justifica aquela noite com o americano, se desculpa, e os dois agora felizes, seguem juntos pela vida afora, mas só depois do anoitecer, porque esse é o horario em que as gueixas assumem a função de mulheres de seus homens, na maioria das vezes casados e cansados de suas preocupações, esposas e trabalhos. A vida pode ser difícil ou fácil, tudo depende de como encaramos os acontecimentos. Sayuri encarou tudo como a água, a mesma água do elemento mais forte em seus olhos, a água que a tudo contorna e que quando os obstáculos são intransponíveis, sabe desviar, achar um outro curso e vencer assim, com flexibilidade e persistência, todas as dificuldades de qualquer rumo, de qualquer caminho, de qualquer destino.

O longa norteamericano dirigido brilhantemente por Rob Marshall, tem a maior parte das cenas em Kioto, Japão.


Por: Dalia Hewia



Curiosidades:

- Os direitos de adaptação para o cinema foram comprados apenas um mês após a publicação do livro, em 1997.


- Steven Spielberg, Spike Jonze e Brett Ratner estiveram cotados para dirigir o longa, em diferentes fases do projeto.


- Este é o segundo filme em que Zhang Ziyi e Michelle Yeoh atuam juntas. O anterior foi O Tigre e o Dragão (2000).


- As atrizes do elenco passaram por um curso de seis semanas sobre a cultura das gueixas.


- Os produtores consideraram que o distrito de Gion na atual Kyoto, onde o livro de Arthur Golden é situado, era moderno demais para ser situado como sendo das décadas de 20 e 30. Desta forma foi construído um set gigante de todo o distrito de Gion, nas proximidades de Los Angeles.


- John Williams abriu mão de ser o compositor de Harry Potter e o Cálice de Fogo para poder trabalhar em Memórias de uma Gueixa.



Ficha Técnica:


- Direção Rob Marshall

- Produção Lucy Fisher, Douglas Wick, Steven Spielberg

- Roteiro Robin Swicord

- Baseado em Memoirs of a Geisha de Arthur Golden

- Elenco Zhang Ziyi, Ken Watanabe, Gong Li, Michelle Yeoh

- Gênero Drama, Épico

- Música John Williams

- Cinematografia Dion Beebe

- Edição Pietro Scalia

Interessante ler sobre gueixas e dannas:

http://virusdaarte.net/gueixa-iv-seu-danna/



Por: Dalia Hewia

domingo, 19 de julho de 2015

MIDNIGHT IN PARIS

Minha visão do filme:

Woody Allen é um gênio e essa genialidade sempre fica evidente em seus filmes, porque através de seus impecáveis roteiros, a oportunidade de uma profunda reflexão se instala na mente dos espectadores. No caso de Midnight in Paris não é diferente. O personagem principal, Gil Pender (Owen Wilson), escritor e roteirista, tem uma profunda insatisfação com a mesmice de seu trabalho, se sente entediado e quer escrever algo diferente daquilo que sempre fez. Ao mesmo tempo, é um saudosista e em sua busca de inspiração, consegue penetrar num mistério e ao mesmo tempo realizar seu louco desejo, de conhecer a Paris dos anos dourados. Vivendo em dimensões de tempo e espaço diferentes, ele reflete e percebe que é próprio do ser humano querer buscar o inatingível, porque aquilo que não temos nos parece quase sempre mais atraente. Seus valores são colocados em dúvida,  seus questionamentos sobre temas complexos como vida, morte, trabalho, amor, ética e autoestima, este último muito importante para sucesso em qualquer profissão, são debatidos em conversas profundamente enriquecedoras com personagens que fizeram história e que parecem saídos do seu sonho. Na cidade luz e através da mágica da arte, seus pensamentos também são iluminados, seus sentimentos confrontados e esclarecidos, tudo adquire um novo brilho e um novo sentido. A sua confusão mental é ao mesmo tempo perturbadora para os que não estão vivendo seu rico universo e positiva para ele, porque percebe que em seu trabalho pode trilhar quase o mesmo caminho, mas com um novo curso, um novo sentido, que fará tudo em sua vida parecer também mais promissor. Percebe que a nostalgia está presente em todos quase o tempo todo e que a realidade não é encantadora se a compararmos com um sonho, mas o próprio sonho, quando vivido, acaba se tornando também insípido, se nele deixamos a rotina se instalar. Gil sabe que essa busca desenfreada do ser humano é eterna, mas também angustiante se não percebemos as situações enriquecedoras do processo. Gil percebe ainda que a realidade pode ser boa e prazerosa, desde que estejamos disponíveis e alertas e que sejamos sempre a nossa verdadeira expressão da essência.


 O filme Midnight in Paris deixa evidente desde o início, a insatisfação e busca eternas e inerentes ao ser humano. Gil Pender (Owen Wilson) é escritor e roteirista norte americano, faz uma viagem à Paris (cidade que ele idolatra) com sua noiva Inês (Rachel McAdams) e os pais dela. Ali, inebriado pelo encanto da cidade e entediado com a arrogância e frivolidade da noiva e de seus pais, resolve caminhar sozinho pelas ruas de Paris, para que se inspire a continuar escrevendo sua novela, que ele não quer mostrar a ninguém, não quer que ninguém leia ou avalie sua obra inacabada. Gil é um homem sonhador e saudosista, tem um forte desejo de ter vivido nos anos 20, era de ouro da cidade luz, com seus pintores, escritores e demais artistas que ali viviam nessa época. Em sua primeira caminhada noturna Gil se perde e não encontra pessoas que falem seu idioma. Cansado, senta-se nuns degraus de uma igreja e quando o sino badala a meia-noite aparece um carro antigo, com pessoas festivas vestidas como nos anos áureos de Paris e o convidam a entrar e participar das festas as quais eles iriam. Um pouco embriagado e ao mesmo tempo surpreso, Gil entra no carro e as cenas a seguir parecem saídas de um filme de ficção, porque os lugares que o esperam, as festas e as pessoas são exatamente seu objeto de desejo e ele percebe que está em outra dimensão do tempo, vivendo seu desejo materializado. Conhece Ernest Hemingway, Salvador Dali, Scott Fitzggerald, Gertrud Stein (que inclusive lê e avalia sua obra) e outros que se fizeram imortais por suas obras e genialidade. Suas saídas noturnas viram rotina, ele está fascinado com seu sonho e começa paralelamente a perceber a pouca afinidade existente entre ele e sua noiva. Apaixona-se por Adriana (Marion Cotillard), uma linda melindrosa que vive nessse mundo de sonho noturno e que é cobiçada por muitos, mas Adriana é como ele, uma insatisfeita com sua era e uma sonhadora também, ela deseja ter vivido em um outro tempo anterior a realidade dela, assim como ele.
 No hotel em Paris seu sogro procura uma agência de investigações, porque desconfia das saídas noturnas do futuro genro e quer provar algo contra ele que faça sua filha acabar com o noivado, mas o agente designado para segui-lo dá as primeiras informações e logo depois desaparece misteriosamente. Inês, noiva de Gil, incapaz de compreender as loucuras dele, começa a ter um caso com um arrogante amigo, um homem que seria considerado medíocre e chato para muitos, mas que aos seus olhos é possuidor de uma vasta cultura. Realidade e fantasia se misturam no longa. Hemingway conta para Gil que sua noiva o trai, ele a pressiona, ela confessa, ele termina o relacionamento, os pais dela ficam extremamente felizes e aliviados, por se livrarem daquele noivo da filha tão deslocado em seus mundos frívolos.
 Gil tenta se relacionar mais intimamente com Adriana, mas ela prefere ficar em outra época e viver seu sonho eternamente. Gil, ao contrário, percebe que não é possível viver para sempre em dois mundos e escolhe a realidade, se permitindo então viver um relacionamento com uma garota que ele tinha conhecido também poucos dias antes e que trabalha numa barraca de antiguidades musicais. Ela, assim como ele, adora Paris e principalmente passear na chuva em Paris, a cidade luz onde tudo pode acontecer. No longa, a trilha sonora é romântica e espetacular. A fotografia é primorosa, delicada e faz a mágica de transportar o espectador para cada cena dando a nítida sensação de inserção em cada lugar, em cada ambiente, em cada espaço.



Ficha Técnica:

Gênero: Comédia Dramática
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Adrien Brody, Adrien de Van, Alison Pill, Audrey Fleurot, Carla Bruni, Catherine Benguigui, Corey Stoll, Daniel Lundh, David Lowe, Emmanuelle Uzan, François Rostain, Gad Elmaleh, Guillaume Gouix, Karine Vanasse, Kathy Bates, Kurt Fuller, Laurent Claret, Laurent Spielvogel, Léa Seydoux, Marcial Di Fonzo Bo, Marianne Basler, Marie-Sohna Conde, Marion Cotillard, Maurice Sonnenberg, Michael Sheen, Michel Vuillermoz, Mimi Kennedy, Nina Arianda, Olivier Rabourdin, Owen Wilson, Rachel McAdams, Sava Lolov, Serge Bagdassarian, Sonia Rolland, Thérèse Bourou-Rubinsztein, Thierry Hancisse, Tom Cordier, Tom Hiddleston, Vincent Menjou Cortes, Yves Heck


Por: Dalia Hewia