segunda-feira, 18 de maio de 2015

A VIDA SECRETA DOS GRANDES AUTORES

 A Vida Secreta dos Grandes Autores é um livro inovador, porque mostra o lado humano daqueles que muitas vezes são rotulados como ídolos ou gênios. O livro expõe as fraquezas e as particularidades de autores consagrados,tais como: Shakespeare, Kafka, Lewis Carrol,Virgínia Wolf, Honoré de Balzac, Agatha Christie, Leon Tolstói, Edgar Allan Poe,Charles Dickens e muitos outros em páginas ilustradas por Allan Sieber (nascido em Porto Alegre), um quadrinista, cartunista e diretor de animação pra ninguém botar defeito.
 Com muito humor, Robert Schnakenberg narra histórias interessantes e inusitadas. Ele cita (por ex.) que Mark Twain certa vez proferiu uma palestra inteira sobre o ato de expelir gases diante de uma platéia que incluía a rainha Elizabeth I. Ele gostava tanto de gatos, que em seus últimos anos chegou a alugar os gatos dos vizinhos para ter companhia. Já Tolstói causou um profundo trauma na esposa ainda na sua noite de núpcias, pois obrigou-a a ler o seu diário (de Tolstói) com relatos picantes de suas aventuras sexuais com outras mulheres, incluindo as criadas. Esta foi a idéia que ele fazia de abertura e sinceridade, mas em relação à Sonya foi um desastre total, porque no dia seguinte ela escreveu em seu próprio diário o asco que sentiu ao ser submetida a tal "imundície". Agatha Christie tinha uma rara doença chamada disgrafia, o que significava que era incapaz de escrever de maneira legível. Por esse motivo todos os seus romances foram ditados. Dickens certa vez admitiu que era impelido ao necrotério por forças invisíveis. Tratava-se do Necrotério de Paris, onde a exposição pública de cadáveres não identificados ocorreu por todo o transcorrer do século XIX. Dickens tinha uma estranha fascinação pelo lugar e era capaz de ir até lá por dias seguidos, obcecado com os cadáveres de andarilhos afogados e outros infelizes abandonados. Ele chamava de "atração pela repulsa" o sentimento que o invadia nesses momentos. Também era compelido a visitar as cenas de crimes famosos e a aprofundar-se em detalhes de crimes sensacionalistas com uma curiosidade mórbida. Esses fatos curiosos e muitos outros estão descritos no livro de fácil leitura, que diverte e diminui a distância entre leitor e autor. O leitor se eleva à posição de observador e crítico e o autor deixa de ser ícone por algum tempo e desce ao patamar onde ambos se encontram; humanos, passíveis de erros, mas tendo em comum o livro como objeto de desejo, prazer e consumo.

Por: Dalia Hewia

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